Se por acaso perdeste a motivação do trabalho
e os deveres te pesam;
Se perdeste uma série de amigos
e a solidão te castiga;
Se por acaso perdeste o último raio de luz
e andas no escuro;
Se teus objetivos parecem cada vez mais distantes
e o ânimo de prosseguir desfalece;
Se alimentas as melhores intenções
e, assim mesmo, te criticam;
Se teus pés feridos ostentam a marca
das jornadas infinitas em busca de soluções
que o tempo ainda não trouxe;
Se tuas mãos se alongam trêmulas na ânsia
de segurar outra mão que não podes reter,
porque não é tua;
Se teus ombros se alargam e a cruz
ainda não cabe, porque é árdua demais;
Se ergues os olhos e o céu não responde
às súplicas que fizeste;
Se amas o chão firme e tens a impressão
de afundar no pântano da insegurança;
Se queres mar alto e areias seguram
o navio dos teus sonhos;
Se falas, se gritas até,
e o vazio não devolve o eco à tua voz;
Se gostarias de ser inteiro, total,
e te sentes parcelado, repartido, fragmentado,
um trapo de gente, talvez;
Se os nervos afloram
e beiras os limiares do abismo da estafa;
Se a fé parece conversa fiada
e nada do eterno te traz ressonância;
Se choraste tanto que já não descobres
as estrelas no alto.
Então, levanta o olhar para a cruz.
fixando Cristo bem nos olhos.
No lenho do Calvário, encontram-se
todas as respostas para aqueles que sofrem
e perdem a vontade de sorrir, de lutar, de viver.
Ajoelha-te aos pés de Cristo Ressuscitado,
como Tomé, o apóstolo incrédulo, e repete com ele:
"Meu Senhor e meu Deus!"
(autor desconhecido)